quinta-feira, 2 de abril de 2009


Pé de feijão

O Pedro nasceu no dia 28 de setembro, e infelizmente, o parto não foi normal. Isso me aborrece muito, pois eu queriaque fosse o mais natural e o mais humanizado possível, mas por uma série de razões, não deu. Em compensação, a gravidez foi o máximo, deliciosa, fácil, rápida. Não tive nenhum mal-estar e adorei ser grávida, passarei novamente por isso com prazer.

Uma das poucas coisas chatas na fase de transição em que a barriga de repente vira um bebê, para mim, foi o pós-parto. Como tinha feito cirurgia, não podia descer as escadas, ou pelo menos deveria evitá-las ao máximo. Moramos em um sobrado, e por quinze dias eu e o Pedro, meu bebê, ficamos confinados no andar superior. Praticamente um big brother com recém-nascido. Lá tinhamos o meu quarto, o quarto do nenê e um banheiro. Meu marido e nossa ajudante subiam e desciam com suprimentos (comida e muito líquido), improvisamos uma mesa para refeições, e assim ficamos, eu amamentando, e o Pedro dormindo, mamando muito, chorando de vez em quando, sofrendo de cólicas.
Para acalmá-lo, comecei cantarolando uma música . Não sei se é a melodia ou simplesmente por ouvir a voz da mãe, mas o fato é que o Pedro se acalma quando canto a trilha "pé de feijão" (apelido carinhoso que dei ao nosso confinamento). A letra é simples e fala "deste garotinho, tão pequenininho, que mora aqui comigo no pé de feijão". Lufe (papai) também aprendeu e rapidinho estávamos cantando juntos. Até hoje é muito gostoso ver o olhar atento do baby ao ouvir a musiquinha.
Desde que ele nasceu, todos os meses escrevo um texto para ele, contando como foi aquele mês. Agora está com seis meses, a fase das cólicas passou, e ele já não é mais aquele bebezinho. Quando leio o que escrevi, percebo também que eu não sou aquela mesma mãe. Sou mais segura, mais experiente. Desde o início fui calma e tranquila, mas hoje conheço melhor o meu filhote, e ele me conhece também. E isso é demais.
Aqui, poderei contar um pouco de nossas aventuras juntos, cada vez mais além do nosso pé de feijão.